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Compatibilização entre projeto de Arquitetura e Projeto de Segurança

Elyzia Rodrigues | 29.8.17 | | | | |

A medida que o mundo se desenvolve cresce a escala de complexidade para produção de bens e serviços, criando assim muitos locais com potencial cada vez maior de incêndio.



Os shopping centers, complexos de diversão e entretenimento, rede de hospitais, hipermercados, edifícios cada vez mais altos e com grandes áreas estão entre as maiores armadilhas da Segurança contra Incêndio.

O desenvolvimento tecnológico nas áreas de eletrônica, robótica, informática e automação se expandem para todos os tipos de edificação, inclusive residenciais.
Nesse contexto é preciso garantir cada dia mais que construções e procedimentos se tornem mais seguros para minimizar os riscos no uso ou na operação.


Todo projeto de arquitetura, seja ele novo, seja porque tenha sofrido reformas, seja porque tenha seu tipo de uso ou ocupação alterado ou porque tenha tido acréscimo de área, ele deve ser aprovado pelo Corpo de Bombeiros.

O Projeto de Segurança Contra  Incêndio e Pânico, também conhecido pela sigla PSCIP pode ser elaborado por arquitetos, engenheiros ou engenheiros de segurança.  Esse projeto é solicitado pelo proprietário da edificação ou pelo responsável pelo uso e em edificações mais complexas exigidas pelos órgãos públicos para que possam estar livres para funcionar.

O projeto de prevenção e combate á incêndio deve ser desenvolvido levando em consideração as diretrizes fornecidas pelas leis, decretos e circulares dadas pelo Corpo de Bombeiros da sua cidade ou região.


As instruções técnicas são as principais normas técnicas que estabelecem as diretrizes detalhadas sobre as medidas de segurança exigidas para cada tipo de edificação, com suas respectivas peculiaridades. Essas diretrizes ganham complexidade á medida que as edificações crescem em razão do uso, da área, da altura e da população.

Das medidas de segurança ditadas pelas instruções técnicas, as saídas de emergência, os extintores, a iluminação de emergência e a sinalização de emergência são as quatro medidas fundamentais em qualquer edificação ou área de risco, independente de seu uso, área, altura ou população.

Tendo conhecimento dessas instruções técnicas somos levados a pensar que não é somente as saídas de emergência que causam impacto no seu projeto de arquitetura.  O controle dos materiais de acabamento, a instalação de hidrantes ou chuveiros automáticos, compartimentação horizontal e vertical, segurança estrutural contra incêndio, acesso de viaturas, são outras medidas que também interferem diretamente no projeto de arquitetura e devem ser pensadas durante a sua elaboração.



Todas elas são diretrizes que precisam ser incorporadas ao programa de projeto da edificação, algumas dessas diretrizes podem apresentar divergências com algumas diretrizes da Lei de Uso e Ocupação do Solo do município. Ou seja, elas podem impactar inclusive nos custos e prazos do empreendimento.
Um edifício é considerado seguro entre outros requisitos funcionais:

Quando dificulta a ocorrência do princípio de incêndio. Esse requisito é conseguido através do controle de materiais de acabamento e revestimento utilizado na edificação e deve ser feito para pisos, paredes e divisórias, forro e cobertura. Esse controle determina o padrão de segurança dos materiais desses elementos arquitetônicos quanto á reação ao fogo.


Quando dificulta a ocorrência da inflamação generalizada do ambiente. Essa edificação deve ser munida de um sistema de detecção de fumaça e alarme, este sistema tem a função de alertar de forma imediata a ocorrência do princípio de incêndio para que ele seja controlado com rapidez.


 Quando possibilita a extinção do fogo no ambiente de origem. A rápida extinção de um foco de incêndio é feita também através de extintores em função da classe de incêndio provável para determinada edificação.



Quando dificulta a propagação para outros ambientes. Para atender a esse requisito de segurança a edificação deve ser projetada com compartimentação vertical e horizontal. O papel da compartimentação é impedir o crescimento do incêndio em um ambiente ou em uma edificação por meio de barreiras resistentes ao fogo, aumentando a segurança nas ações de abandono do prédio pelos ocupantes e facilitando o combate ao incêndio.

Quando dificulta a propagação para edifícios adjacentes.  Com o intuito de impedir que o incêndio de uma edificação se propague para edificações vizinhas são necessárias além das medidas urbanísticas de afastamento estabelecidas pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, medidas arquitetônicas e projeto estrutural adequado á Segurança contra Incêndio.

 
Quando permite a evacuação segura dos usuários do edifício. A saída de emergência é a mais importante medida de segurança contra incêndio e é resolvida na elaboração de projeto de arquitetura, sendo o requisito de maior impacto no mesmo. As saídas de emergência compreendem acesso, rota de saídas horizontais, escadas ou rampas, descarga.

Cada edificação deve ter um tipo de escada adequada conforme seu uso, área, altura e população.

Além disso, para permitir saída segura dos usuários, a edificação ainda deve ter medidas de segurança como iluminação de emergência e sinalização de emergência. São essas as medidas que auxiliam os usuários no momento de evacuação da edificação numa situação de emergência. O tipo de iluminação de emergência escolhido vai solicitar que ela seja prevista no projeto elétrico.


Também é considerado seguro a edificação que se mantêm íntegra, sem danos, sem ruínas parciais e/ou totais. Compartimentar a edificação através de elementos verticais ou horizontais, dividindo pavimentos horizontal ou verticalmente além de garantir que o incêndio não se propague ao longo da edificação, também assegura que os prejuízos sofridos em situações de risco sejam minimizados.

Permitir operações de combate ao fogo e resgate ás vítimas. Algumas edificações devem prever condições mínimas de acesso para a segura aproximação das viaturas no momento do combate ao incêndio.

Um elemento importante nos projetos e que muitas vezes fica esquecido ao longo da elaboração do projeto de arquitetura é a instalação da central de gás natural ou GLP, o Corpo de Bombeiros entre outras ações também possui definições sobre sua instalação e prevenção de vazamento de gases.

Com isso podemos concluir que para garantir a produção de uma edificação, as diretrizes de Segurança contra Incêndio devem ser consideradas no estudo preliminar, na concepção do anteprojeto, na elaboração do projeto executivo, na construção, operação e manutenção.

E que se o arquiteto compreender as exigências de normas e regulamentos relacionados á Segurança contra Incêndio será capaz de incorporá-lo ao projeto de arquitetura garantindo mais coerência entre as diretrizes de segurança com os aspectos plásticos, funcionais e econômicos.

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Fonte: 
A Segurança Contra Incêndio no Brasil - Alexandre Itiu Seito, Alfonso Antonio Gill, Fabio Domingos Pannoni, Rosaria Ono Silvio Bento da Silva, Ualfrido Del Carlo, Valdir Pignatta e Silva
Editora: Projeto Editora - 2008

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